A objetificação feminina no futebol nacional
Com presença de duas modelos, a equipe do Goiás apostou em vídeo sensual para divulgar seu novo uniforme.
No dia 21 de julho, o Goiás Esporte Clube divulgou em uma de suas redes sociais a prévia do lançamento de sua nova camisa. Com o slogan “O Novo Manto Esmeraldino”, o clube apostou em um vídeo onde mulheres sensualizam diante das câmeras vestindo a nova camisa da equipe goiana.
O vídeo com poucos segundos causou diversas críticas no Twitter, sendo grande parte delas por mulheres. Com pouco conteúdo e muito sexismo, as modelos publicitárias representavam a figura feminina como objetos de prazer e entretenimento. Um verdadeiro descaso com todas as mulheres que acompanham — ou não — o futebol nacional.
Uma polêmica parecida aconteceu em 2016 com o Atlético Mineiro. Durante um evento de lançamento do novo uniforme do clube, enquanto modelos masculinos desfilavam vestidos normalmente, as modelos femininas entraram com apenas uma peça de uniforme (camisa ou calça). Na época, a assessoria de imprensa atleticana soltou uma nota alegando o respeito do clube em relação às manifestações e opiniões contrárias, porém considerava a polêmica desnecessária por conta do respeito que a associação tem com todas as mulheres e segmentos da sociedade.
É inacreditável que em 2019, ano de Copa do Mundo Feminina, onde mulheres demonstraram sua grandiosidade e passaram a estimular outras mulheres a ingressarem no esporte, ainda sejam lançadas campanhas como essa. Lutamos diariamente para termos espaço em um esporte tão machista que é o futebol, e com absoluta certeza esse não é o tipo de retratação que a figura feminina merece no meio esportivo. Somos muito mais do que um simples símbolo de entretenimento e satisfação no futebol. Acompanhamos, torcemos, desfrutamos da alegria desse esporte, e acima de tudo, somos dignas de respeito simplesmente por sermos mulheres.
O Goiás informou que não irá comentar sobre a campanha divulgada. É de extrema ignorância uma atitude como essa ser tomada diante de um assunto tão sério que é o machismo, mas infelizmente, o clube optou por varrer a sujeira para debaixo do tapete.